top of page

Não quero lhe falar meu grande amor

  • Foto do escritor: J. Lino
    J. Lino
  • 7 de dez. de 2023
  • 2 min de leitura

Os grandes saberes estão na trajetória da vida, na experiência sofrida que cala fundo na alma quando a multidão se vai e nos resta o sopro da mente, a imagem refletida no espelho e o desejo de preencher uma falta que nunca se completa. Esse é o processo do autoconhecimento que deve se somar ao saber adquirido do conhecimento da cultura do mundo, como uma conquista civilizatória. O saber externo é muito mais enriquecido quando desperta o saber de dentro, nos entremeios da razão e nas verdades escondidas no inconsciente. Esse inconsciente que não é um submundo, mas uma outra esfera psíquica, uma outra dimensão, sem um lugar físico necessariamente, tanto quanto as intuições fluem pelo ar, sem destino certo, flanando no horizonte da existência, entre o ir e vir, entre um olhar atento e um gesto pequeno de afeto ou vislumbre.


"Não quero lhe falar meu grande amor das coisas que aprendi nos discos [...]": poderíamos dizer com Belchior "nos livros", nas estruturas do conhecimento formal, na cultura que recebemos. "[...] Quero lhe contar como eu vivi e tudo o que aconteceu comigo [...]": esse é o percurso da Análise, da busca pelo autoconhecimento por meio da escuta. Uma escuta que é neutra e confiável, atenta e apta a criar condições de reconciliação com essas experiências e de transcender as dores e os sofrimentos em perspectiva de contentamento, possível somente por aquele(a) que se compreende. "[...] Viver é melhor que sonhar. Eu sei que o amor é uma coisa boa [...]": sim, esse amor inexplicável e irresistível, e que nunca chega plenamente, que nunca fica pra sempre e se vai, as vezes volta, porque no fundo é autoamor. Lacan diz "Amar é dar o que não se tem para aquele que não o quer", com uma forma de demonstrar que sempre se quer amar, que no fundo é o amor que persiste, que resiste, que se esconde no ódio e no rancor, mas que ressurge como desejo, o desejo de ser amado, de amar amando por quem se pretende amado. Um amor que Sócrates acredita ser possível de se conquistar somente no absoluto, na transcendência da sabedoria e pelo reconhecimento verdadeiro de que nada se sabe, nada se pode ter, senão a busca pela sabedoria.


A metodologia Esquética trabalha com essa dimensão da transcendência do ser e do tornar-se digno, na busca narrativa do real, mas sem contentar-se com isso para construir novos consensos. É o algo a mais nesse contar que diz mais fundo, por meio de escolhas que sempre se repetem e que nos dominam. Por meio da Psicanálise, da Mentoria e da Consultoria Estratégica é possível desvendar esses processos contínuos e traçar novos rumos para aprender a viver e sonhar com novos discos, novos livros, novos relacionamentos, ainda que eles permaneçam os mesmos, pois o olhar sempre pode ser diferente e a mudança começa pelo agir internamente.


Comece agora a construir novos consensos!


Comments


© 2014 José Luiz Marques Lino - Todos os direitos reservados

bottom of page